segunda-feira, 24 de junho de 2013

ANTI-ROMÂNTICO



À você,

As flores inocentes
arrancadas por mãos
não tão puras.

Semelhante ao olhar 
que destino à Lua
de longe te observo:
excelsa
sublime
encantadora!

Bendigo o dia em que nascentes
Oh, doce amada!

Enfeitiçastes-me!
Fui subjugado por essa paixão.
Dei-lhe minh'alma e a aprisionastes
estou sem alma e coração
feito cadáver 
dissecado
desnudo 

À mim, 

um pequeno espaço
dentro deste seio [divino] me bastaria 
não desejo muito
um olhar seu [apenas] me tornaria luz

Não desejo riqueza
isso, não importa.
O fato é que
não viveria fora desta prisão
não quero me remir.

A vida?
Já não a quero mais
nem ela a mim.
E quanto a viver?
Desaprendi.

Meu desejo é só um:
o fogo e a chama, que habitava em você
E as flores? Não as quero para mim
quero sim,
a felicidade fugidia de quem ganha um beijo
ainda que amistoso.

As horas passam
as flores murcham
O amor morreu:
tão breve
tão sem amor
assim...
Como rosas, que não foram colhidas.

O jardim secou!
Não sou mais romântico
sou... 



[José Ailton Santos]

2 comentários:

  1. Apenas poucos podem desfrutar do prazer de produzir tão bela obra. Acredito que estas preenchido de tudo, nada podes faltar a quem consegui elaborar estas sublimes linhas que não se fecha a um único pensamento. Este devaneio conduz a caminhos que faz pulsar mais forte um humilde coração apaixonado. Parabéns Zé pelas belas tonalidades que destes a esta obra de arte.

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