Não escrevo para burguês
nem para intelectual classe média
Tão pouco para os donos do capital,
nem pensar!
Meus escritos não geram proventos.
Aliás, esses não suportariam meus
escritos
Seus estômagos são sensíveis demais.
Escrevo sim,
para o pobre,
o desabrigado,
o infeliz esfomeado,
e, em último caso, para mim.
Esses sim têm estômagos fortes,
resistentes, adaptados a penúria
Encarnam um tipo de Darwinismo da
sarjeta
convivem com a fome,
Teimam com a miséria
e riem da morte que os temem.
Deus não suporta suas criticas
sobre o mundo e os homens,
Ou melhor,
sobre os homens no mundo.
Sobre a imperfeição da obra divina.
Somos todos canibais!
Confesso, particularmente
não pretendo alimentá-los.
Minha palavra é requentada.
Minha real intenção
é deixa-los ainda mais famintos.
Para quem sabe,
vê-los devorar uns aos outros e a si
mesmo
Ou àquilo que não vêm,
por hábito, como alimento
Ou àquilo
que vêm como seu único bem,
a vida!
Meus escritos é minha obra de caridade
Mas, não a faço por amor
ou humildade.
Afinal, Não sou hipócrita
nem tenho encargo de consciência
Faço-a por fúria e revolta
E para saciar meus demônios.
Pois que, nesse mundo de pão e fome
não há generosidade
O que há
são palavras agrupadas
Feitas de farinha de trigo, fermento e
água
À luz do Sol e numa sombra privada.

Iniciar o dia acessando este blog é alimentar a esperança que o aprendizado trata-se apenas de questão de tempo e perseverança. Espero que os seus demônios ou quem saibam os daimos de Sócrates possam estar sempre a visitar e provocar o conflito em minha consciência produzindo em mim tais belezas com estas com as quais você nos presenteia.
ResponderExcluirOlá meu Brother! Agradeço as palavras. E, aqui, acrescento um adendo a cerca da sua abordagem sobre os Daemons [optei por esta escrita por achá-la mais elegante, não entenda de outra forma] de Sócrates, poderia ser da Joana D'arc, ou do próprio Cristo. Vejamos, nas crenças da Antiguidade ou mesmo no Politeísmo, os Daemons eram considerados gênios inspiradores [bons ou ruins], que guiavam o caráter e a vida de cada pessoa, isto é, seria algo equivalente a alma, ou ao espírito, comparo apenas para atualizar o debate. Todavia, as religiões de origem Judaica e Cristã monopolizaram ao longo dos tempos a palavra Daemons e atribuiu a mesma a figura do anjo mau [Diabo, Satanás] e este por sua vez fora associado ao ser que se rebelou contra Deus e foi penalizado pela sua rebeldia sendo precipitado no Inferno e desde então tem procurado conduzir a humanidade a perdição numa tentativa retributiva do castigo sofrido. Enfim, os demônios citados no poema acima não são exclusivamente gênios ou representações do mal, espíritos malignos, espíritos das trevas, Lúcifer, Satanás, Satã, Diabo, contudo podem vir a ser. Forte abraço, um xeru e inté.
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