Eu já fui de esquerda
também já fui de direita
hoje estou sentado
entre os dois sentidos
Eu já estive embaixo
também já estive em cima
hoje estou a meia altura
cansa-me subir ou descer
Eu já servi à mesa
também já fui servido
hoje invento, preparo e como
meu próprio cardápio
Eu já acreditei em Deus
também já duvidei Dele
hoje acredito e duvido
sempre que ambos me beneficiam
Eu já fui romântico e fiel
também já sofri de Dom-juanismo*
e infidelidade
hoje amor e sexo são secundários
Eu já me pareci com você
também já tivemos divergências
hoje me olho no espelho e pergunto:
- quem é você?
também já fui de direita
hoje estou sentado
entre os dois sentidos
Eu já estive embaixo
também já estive em cima
hoje estou a meia altura
cansa-me subir ou descer
Eu já servi à mesa
também já fui servido
hoje invento, preparo e como
meu próprio cardápio
Eu já acreditei em Deus
também já duvidei Dele
hoje acredito e duvido
sempre que ambos me beneficiam
Eu já fui romântico e fiel
também já sofri de Dom-juanismo*
e infidelidade
hoje amor e sexo são secundários
Eu já me pareci com você
também já tivemos divergências
hoje me olho no espelho e pergunto:
- quem é você?
José Ailton Santos - Licenciado em História pela Universidade Federal de Sergipe, Pós Graduado pela Faculdade Pio X em História do Brasil, Graduando do curso de Administração de Empresas pela UNIT, ex-professor efetivo da rede estadual de ensino do estado de Sergipe, funcionário efetivo do Banese com certificação pela ANBIMA, blogueiro, poeta de ocasião e portador de SPNDLR [síndrome patológica de necessidade diária de leitura e reflexão].
* Dom-juanismo - O uso desse termo no texto simboliza um dialogo passado, que mantive com uma amiga por quem reservo grande carinho e admiração. O termo se refere a síndrome de dom-juanismo ou doença de caetano é um transtorno caracterizado por necessidade compulsiva por sedução, envolvimento sexual fácil, mas fracasso no envolvimento emocional, sendo assim, determinada por relacionamentos íntimos pouco duradouros ou até mesmo inexistentes. A síndrome faz menção a lenda espanhola de Don Juan, jovem sedutor que assassina o pai de uma das amantes, tempos mais tarde, encontra uma estátua do pai da moça e, de modo zombeteiro, a convida para um jantar; o convite foi aceito pela estátua do pai da moça, neste instante o fantasma do pai chegara como espécie de precursor da morte de Don Juan. Segundo a lenda, a estátua pedira para aperta-lhe a mão e quando este lhe estendeu o braço, foi por ela arrastado até o inferno.

O viver é dual: dia e noite, vida e morte, não e sim...Não passaremos imunes à inexorabilidade do tempo...não há como sofrermos a "síndrome de Gabriela": "eu nasci assim/ eu cresci assim/ eu sou mesmo assim/ vou ser sempre assim!". Tal característica da vida proporciona a nossa mudança, aos que se permitem...uma metamorfose ou, até mesmo, uma transfiguração. A maturidade nos faz mudarmos de posicionamento político, classe social, crenças religiosas...muda nossa ideologia, nosso modo de ver, encarar e sentir o mundo que nos cerca.
ResponderExcluirTodavia, mesmo diante desse tempo implacável, podem se passar 5, 10, 15 anos, uma vida inteira....certas coisas, caro eu poético, nunca mudam!