quarta-feira, 6 de junho de 2018

PARAFRASEANDO DRUMMOND



Quando eu nasci
um anjo aleijado
[desses que foram desprezados na Terra]
me falou:
- eis a vida, toma-a
e usa como bem quiser
e usa como bem entender.

Esqueceu, na ocasião,
apenas de me dizer
algo valiosíssimo
[talvez, o esquecimento seja o revide por só ter uma asa]
que a vida não é para amadores
que a vida não aceita erros
que a vida não aceita fracassos
e que não existe beleza em errar
afinal, quando se erra:
não existe aprendizado
não existe consolo
não existe mão amiga.

Apenas, exclusivamente,
um preço a se pagar
pois a vida, é um grande mercado
e, quando não se tem com que pagar,
paga-se com a própria vida.


(José Ailton Santos)

6 comentários:

  1. Esse meu irmão arrasa. É indubitável que tudo que se predispõe a fazer faz com muito brilhantismo e sucesso é consequência dos que sabendo bem lhe aproveita nos melhores postos para exalar todo seu potencial!

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    1. Obrigado minha irmã. Mas vale dizer, que os escritos são fruto de um esvaziamento necessário para sossegar a alma em conflito.

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  2. É verdade amigo. O mundo não perdoa. Eis a melhor de todas as escolas!

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    1. Ah, Cleide! A vida! O que de fato é? Por ora, dor e delicia.

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  3. Compreender na analogia a retratação do anjo homem, nos permite compreender com propriedade as dificuldades e angústias com as quais convivem diuturnamente aqueles que descendem de uma casta inferior; melhor o anjo cuidar em se moldar a vida terrena e descobrir o quanto antes habilidades que colaborem para sua permanência aqui no inferno terreno.

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    1. Vamos engrossar o caldo do feijão....rsrs. Angelical e terreno se fundem, aqui, a meu ver, não há distinção, não há vencer e vencido. Só os tolos se vangloriam

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