Não chore assim, meu amor!
Tu sabes que retornarei,
ainda que não seja na Primavera
nem na estação dos frutos
nem junto com as chuvas.
Sei que voltarei,
ainda que seja,
quando não mais me deseje.
Ainda assim, voltarei.
Saiba que voltarei,
mesmo que seja
junto com o mais quente Verão.
Ainda assim,
vale a pena voltar.
E, caso não possa, conversar contigo
nem estar ao seu lado,
vê-la é o suficiente.
Faz tempo, mas voltei.
A promessa de outrora
só agora pude cumpri-la.
Confesso,
assusta-me a recepção,
assusta-me o reencontro,
assusta-me o que me espera.
Afinal de contas,
o momento já não soa oportuno como d'antes,
quando entre lágrimas castas
convidava-me a regressar.
quando entre lágrimas castas
convidava-me a regressar.
Talvez não seja conveniente
e pouco prudente
e pouco prudente
regressar numa estação,
que não seja a das flores.
Que fazer, se este touro selvagem
- o tempo -
não está sob meu comando.
Semelhante o regresso é a morte,
que pode até tardar,
porém nunca deixa de vir até nós.
Cá estou estou...
regressei.
[José Ailton Santos]
.jpg)
Existe um sentimento que paira ao olhar do poeta que muito me admira, e é está possibilidade em trilhar vários caminhos que o torna diferente, imaginar um poeta se rendendo a imposição da sociedade, que por convenção eleva uma mentira a condição de verdade seria ofuscar o brilho e a sensibilidade daquele que consegui estar convivendo como escravo de Ades porem retratando as belas paisagens do olimpo. Quero crer que o poeta não esteja a descrever o sentimento do Boêmio quando convicto de sua fraqueza exigi da companheira qualidades de santa, exigindo um perdão que nunca existirá.
ResponderExcluir