aprisionou o poeta d’outrora
[dentro de si]
num calabouço: frio, sombrio e nostálgico.
A chave da prisão, fica logo ali...
ao meu alcance.
Contudo, antes de sair
cuido para que a maquilagem esteja a contento.
Há muito deixei de rabiscar versos,
resolvi trocar meu sentimentalismo utópico
por um comportamento institucional.
O poeta está triste,
anda sem inspiração, magro e sem musas.
No entanto, guarda um comportamente resiliente
e mantém-se vivo
e compartilha suas angústias
com abjetos amigos:
traças, baratas, morcegos, micróbios, vermes...
Não lamentem!
O que é belo e essencial está preservado.
Afinal, a velhice não torna o que de bom há em mim,
feio esteticamente.
Diferentemente dos meus músculos,
[entre eles inclui-se o reprodutor]
que com a senilidade se tornam decrépitos.
A escuridão,
a solidão,
o vazio
o frio...
são navalhas amoladas,
contudo cortam apenas galhos,
não são capazes de impedir o desabrochar das flores
tão pouco, extirpam o doce dos frutos.
Tudo o que de bom há na árvore continua...
indelevelmente ad
eternum.
[José Ailton Santos]

Camarada por mais que o mundo nos presentei sempre estaremos distante de nos sentirmos preenchidos, quando somos jovens enaltecemos a juventude por nós propiciar os deleite da imprudência, quando a velhice se aproxima e nos impõe algumas limitações bradamos aos quatro ventos os naufrágios que este período nos acometes. Quanto mais nos aproximamos do objeto desejado mais distante nos encontramos do mesmo, assim é constituído o homem transcendente em si mesmo um ser em constante construção, formação, evolução ou sei lá o que; o que apreendi durante minhas viagens junto a loucos como você foi a indubitável certeza da duvida como construtora da nossa existência, sem com isto, esquecer dos vastos ensinamentos da deusa LOUCURA.
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