quinta-feira, 27 de outubro de 2022

BOLSONARISMO: DA REJEIÇÃO DE ALTERIDADE AO RETORNO DA CASERNA



Há exatos 04 anos atrás, surgia no teatro das eleições presidenciais um candidato praticamente desconhecido da população, com tempo exíguo de TV para desenvolver sua campanha presidencial e que contrariando todos os analistas saiu vencedor do pleito presidencial. Se analisarmos friamente a escolha de Bolsonaro não deveria ser vista com surpresa, tendo em vista que, os anos que antecedem sua chegada à presidência abundam em elementos que foram os fatores que fizeram o candidato crescer em aprovação popular: escândalos de corrupção, desemprego, crise econômica, crise migratória, crise institucional, comportamentos antissistêmico, ódio contra as minorias e contra os programas sociais, perda do poder aquisitivos das famílias, insegurança pública, desesperança no futuro e ocupação das ruas [antes espaço da esquerda] por personagens diferentes e sem histórico deste comportamento, com palavras de ordem nacionalistas e patrióticas. Novas siglas, movimentos sociais e partidos nasceram nesse contexto, a exemplo, Movimento Brasil Livre, Vem pra Rua, os Revoltados... e no campo partidário, Partido Anticorrupção, Partido Patriota, Partido Novo, Partido Educa Brasil e a lista parece não ter fim.


Agora, concluído o primeiro mandato, o presidente Bolsonaro diferente de Jânio Quadros [mas semelhante em muitos aspectos] não renunciou, ao contrário, gostou do cargo e se apresenta novamente como sendo a melhor opção para o destino do país, semelhante a 2018 apenas o fato de não possuir questões programáticas e propositivas, pois o programa central de governo tem tão somente a negação como pauta, nega enfaticamente o PT e os demais partidos como possíveis opções democráticas, nega o sistema político do país, nega isso, nega aquilo, nega aquilo outro e segue negando até a si mesmo, quando lhe é conveniente. Contudo, não deixa claro o que efetivamente vai fazer para sanear os problemas crônicos do país. Sou da opinião que Bolsonaro não é fruto de uma gravidez programada e sim de um estupro que culminou em um aborto, pois sua eleição foi mero sinal de protesto aos equívocos dos governos anteriores oriundos da classe trabalhadora [ao menos na sigla], foi eleito pelo chamado "voto de castigo", motivado por situações já expostas. Inclusive, foi esse contexto que deu nome ao que alguns chamam de Bolsonarismo, que pouco ou nada tem de relação com o presidente, salvo a associação ao seu sobrenome, pois ainda é recente para definirmos conceitualmente o Bolsonarismo, mas podemos associar a ele os discursos de antipetismo, anticomunismo, anti-igualitarista... 


Quem acredita que Bolsonaro é a solução para o Brasil, pode ser apontado como um exemplo clássico de cego de vista limpa, pois não passa de um títere dos verdadeiros players [quem dita as regras e dão as cartas], na avaliação destes inclusive, seus interesses estão preservados independente de quem ganhe as eleições, Lula ou Bolsonaro. A solução para o país não a possuo, quiçá acredito que alguém a tenha, o que tenho é uma lição que a vida me ensinou, não existem soluções simplistas para questões complexas. Na mesma toada, penso que a solução para a problemática da cultura da corrupção e dos desvios financeiros de recursos públicos do país - responsáveis direto pelo esvaziamento do combustível que impede o foguete chamado Brasil de decolar - requer alguns elementos essenciais: esforços coletivos, coordenados e contínuos, clareza estratégica, leitura precisa de cenários, e, ao meu ver, os dois mais relevante de todos, primeiro, parar de julgar os diferentes segmentos da população brasileira como se fossem algo homogêneo e aprender a ouvi-los em escuta ativa, pois são eles, inclusive, quem estão definindo as eleições deste ano, e, segundo, educar nosso povo de maneira emancipatória e com a mentalidade de compreender a importância do nosso país dentro do globo. Eis o porquê de afirmar que a reeleição não vai salvar o país do atoleiro, pois esses elementos citados não estão presentes na mochila militar de Bolsonaro.


O que preocupa em uma eventual reeleição de Bolsonaro é seu perfil beligerante, raivoso, aficionado por um estado policialesco, instigador do caos institucional, instituidor da cultura da mentira e da contra informação e principal estimulador do apartheid nacional, características inaceitáveis para um ocupante do cargo mais alto na hierarquia de um estado-nação. Além desses elementos, preocupa a presença íntima, com ampla ocupação de espaço e a construção de um tecido político-institucional dos militares em ambiente reservadamente civil. Sou da opinião que a continuidade do presidente atual no poder reúne condições deletérias a saúde da democracia brasileira. Permitam-me uma digressão para trazer um elemento essencial a esta trama. Vamos a alguns fatos, o vice de Bolsonaro em 2018 foi Hamilton Mourão, que ao deixar o serviço ativo no exército passou a presidir o  Clube Militar, na cidade do Rio de Janeiro, clube esse que tem como sócios o presidente da república Jair Messias Bolsonaro e vários dos seus ex-ministros e ministros atuais. 


Sigamos o fio de ariadne, quando o clube foi fundado em finais do século XIX, leia-se, antes da Proclamação da República que destituiu a Monarquia no país,  Serzedelo Correia, seu fundador, tinha como intento fundar uma instituição capaz de organizar a classe para debater e defender seus interesses, não à toa, após a fundação do clube três dos seus presidentes sentaram também na cadeira da presidência da república do Brasil, são eles: Marechal Deodoro, Marechal Hermes da Fonseca e Marechal Eurico Gaspar Dutra; fosse Hamilton Mourão o presidente em lugar de Bolsonaro, teríamos o quarto presidente, ou seja, três séculos marcados com presença direta e ativa do clube no país, todavia, ainda há horizonte para esse feito acontecer ou até ser ultrapassado. Sem contar os presidentes militares do lapso temporal de 1964 até 1985. 


Se acaso não gazearam as aulas de História vão lembrar destas datas: 1889, 1922, 1924, 1937, 1964... a próxima data é matéria de pesquisa, análise e estudo de uma vertente da História conhecida como "história do tempo presente". Qual a relação dessas datas com o ano de 2022? Vão encontrar a resposta na vaga de vice presidente da república, atentaram que o vice de Bolsonaro se afastou do cargo para disputar as eleições, inclusive foi eleito senador pelo estado do Rio Grande do Sul, eis que quem assume o lugar de Mourão na condição de vice na chapa deste ano? Certamente, pensaríamos, como o presidente fez algumas remodelagens; aboliu o TALKEY - cacoete usando em horas tensas - se aproximou do velho e conhecido centrão, grupo de partidos fisiológicos - onde a relação de poder e as ações políticas são tomadas em troca de farove$ - era de se imaginar que o vice emergisse de um desses partidos,  mas não, o vice é um outro militar da reserva,  ex-ministro da casa civil no governo atual, General Braga Netto, que se licenciou do cargo para compor a chapa. Aqui, reside, um ponto elementar, a presença continua e simbólica dos militares no segundo mais alto cargo do país, isso sem ignorar o crescente número de militares de diferentes patentes ativos [isso mesmo, alguns ativos] e da reserva em diferentes atuações civis, alguns ocupando cargos na administração direta, em empresas públicas, autarquias e uma crescente de ocupantes de mandatos eletivos, de soldados as mais altas patentes. Aqui, não há nenhum impedimento ou qualquer outra questão, pois é uma garantia constitucional, apenas me reservo a constatação.


Permitam-me perguntar, qual foi uma das principais dificuldades encontradas pelos militares quando estiveram à frente da presidência do país ou nas tentativas de ocupá-la? Olhando da minha janela, acredito que foi a dificuldade de se relacionar ou se conciliar com o outro lado da margem, a sociedade civil. A vida militar é regida por leis, princípios e valores muito distintos da esfera civil, todavia acredito que eles também devam ter tratado no Clube Militar ou onde quer que discutam, planejem... desta e de outras temáticas, contudo é inegável que os militares já vem faz alguns anos ensaiando esse relacionamento, sem contar que as resistências nem de longe são semelhantes as do passado. Se pegarmos como exemplo a última presença dos militares à frente do país, 1964 - 1985, havia na oposição, além da politização das massas, o MRT, a AP, PCB, Ligas Camponesas, movimentos de bairros, segmentos progressistas da Igreja Católica, UNE, CPC, MEB, militância nas artes: música, teatro, literatura, cinema e a presença de agentes estrangeiros.


No presente, acredito que as resistências sejam tênues e o caminho em parte está pavimentado para a chegada dos militares ao pleno poder, acredito que se houver tomada do poder, será -desta vez - pela via constitucional, não haverá necessidade de uso da força [golpe]; se levarmos em conta a aprovação dos militares entre a população brasileira, aliado à necessidade e o clamor social no país de se convocar uma nova constituinte, afinal há legislações especificas que não atendem ao tempo presente, outras áreas carecem de legislação própria. Porque afirmo que em parte está pavimentado o caminho até a tomado do poder pelos militares, porque um golpe de estado [apesar de não acreditar neste recurso, não descarto] demanda algumas etapas, não me considero a pessoa mais habilitada para esse tipo de análise, porém olhando da minha janela vejo: caos institucional, descrédito em alguns poderes, crise nos países vizinhos, problemas migratórios, questionamento do limites territoriais da nossa soberania por outras nações, crise e conflitos religiosos, interesses e presenças internacionais infiltradas no país, presença marcante e aprovação dos militares no poder, por fim, falta apenas o xeque-mate, a saber, a interrupção institucional do governo. Aqui, vai mais uma lição que a vida me ensinou, onde houver registro de tirania na história da humanidade, havia algum militar [de esquerda ou de direita] sentado na cadeira do mais alto poder. 


A sociedade brasileira foi convidada por Bolsonaro a caminhar por uma floresta densa e pouco conhecida, exceto por ele e pelos que lá convivem. Tenho receio pelo que vão encontrar e dos problemas que serão enfrentados pela fatia que aceitou o convite e que certamente as consequências se expandirão até o outros que ficaram fora por algum laço de afinidade. Lamento pelo cenário em que vive o povo brasileiro - assim como lamentou o historiador sergipano Ariosvaldo Figueiredo - que nunca esteve no poder e sempre esteve afastado do governo, independente da sigla que esteve no poder, governo esse que de afinidade com o povo tem apenas o exercício formal e constitucional do poder em seu nome. Espero mesmo é que os brasileiros possam entender no dia 30.10.2022 a mensagem de João Cabral de Melo Neto, que somos [todos] Severinos [brasileiros], iguais em tudo nesta vida, inclusive, morremos de morte igual, mesma morte Severina.





José Ailton Santos - Licenciado em História pela Universidade Federal de Sergipe [UFS], Pós-graduado pela faculdade Pio X em História do Brasil, bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Tiradentes [UNIT], ex-professor efetivo da rede estadual de ensino do estado de Sergipe, funcionário efetivo do Banco do Estado de Sergipe com certificação pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais [ANBIMA], blogueiro, poeta de ocasião e portador da SPNDLR [Síndrome Patológica de Necessidade Diária de Leitura e Reflexão].

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

LULISMO: DAS ILUSÕES SOCIALISTAS À RETÓRICA DA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA




Se pararmos para estudar a atuação da classe trabalhadora e dos partidos de esquerda no Brasil ao longo dos últimos 20 anos do século XXI [não pretendo recuar ao nascimento dos partidos e suas rupturas] vamos perceber um erro comum ao longo das duas décadas, a saber, a construção de mitos ou o que poderíamos chamar de lideranças carismáticas, ou como preferiam os soviéticos, culto à personalidade. O que se depreende desse erro? A resposta a essa pergunta é a consequência direta no teatro político da inapetência as progressivas conquistas sociais e à democracia. Logo, se há presença de culto à personalidade seguramente não há democracia, pois umas das características basilares das democracias é extirpar os mitos, e quando não o faz, ao menos cria as condições para que esses sejam exprobrados.


Para não fazermos uma narrativa cronológica extenuante, vamos fotografar o momento presente, mais exatamente, as eleições presidenciais de 2022, onde a classe trabalhadora por se perceber sem espaço político, sem conquistas na esfera dos direitos trabalhistas e percebendo que suas aspirações são cada vez menos compatível com os interesses do grupo hegemônico no poder, aposta todas as suas fichas em um jogo viciado de soma zero. Se no passado não tão distante, o líder maior da classe trabalhadora demonstrou muitas vezes coragem e disposição para o sacrifício em nome dos ideais da classe, desprendimento pelos melífluos do poder e do conforto material; essas características não só demonstrava um traço impressionante da sua personalidade como o tornava um revolucionário singular. Era o São Jorge de espada na mão a combater o dragão do capital que explora, oprime e torna a sociedade desigual. Todavia, esse líder inegavelmente pertence apenas a moldura política e história do século passado do país, pois o século XXI igual uma nova estação fez o nosso personagem abandonar as vestimentas ideológicas da estação passada e usar roupas apropriadas para a estação atual.  


Os erros [e não são poucos] graves cometidos pelo principal partido de esquerda e pelo seu principal líder, nas quase duas décadas de governo, não serviram para uma reflexão a respeito dos equívocos na condução da política nacional. Nos últimos seis anos em que esteve fora do governo do país não se viu nenhuma autocrítica, nenhum reconhecimento a nível nacional dos erros praticados na condução da nação, bem como qualquer menção ao afastamento dos ideais da classe apoiadora do partido aos longo dos anos. Além dos erros enquanto governo, ainda se pode ver um desacerto em não ter apoiado em 2018 um outro candidato também de partido de esquerda, insistindo num esforço hercúleo em manter viva a figura do líder maior, impedido de disputar as eleições. Situação que fez surgir no cenário nacional uma outra figura mitológica, carismática - ou se preferir - um novo culto à personalidade.


A esquerda brasileira aceitou a camisa-de-força do imobilismo e se rendeu ao fenômeno sócio-político do Lulismo, ao invés de se convencer que é impossível seguir sem fazer a autocritica, sem reconhecer para a sociedade brasileira os erros de condução da política nacional, os graves escândalos de corrupção, a falácia retórica da distribuição de renda, a falta de habilidade para construir sucessores, a dificuldade de criar laços e parcerias com os diferentes segmentos da economia do pais, em especial com as camadas populares, priorizando o atendimento de grupos particulares. A verdade é uma só, esqueceram de guardar dois lugares - um para a classe trabalhadora e outro para os setores produtivos e estratégicos da nação - na mesa farta onde priorizaram os acordos e conchavos financeiros estabelecidos com as siglas partidárias e com grupos particulares restritos, mascarado pelos discursos da governabilidade do pais. O fruto suculento por fora escondia o apodrecimento por dentro.


Chegamos em 2022. Estamos na iminência da escolha do novo presidente do pais e o que assistimos nesse período de escolhas no segundo turno das eleições são: alguns incrédulos ao papel que a esquerda se presta, ou seja, é típico paciente que fuma, bebe e pratica todos os excessos, enquanto ignora o avanço da doença que apodrece um membro do corpo; e outros xilocainados gritam palavras de ordem como se robôs fossem. O pior dos males é perceber que o culto a personalidade, fez com que Lula passasse a se ver como uma estátua, e, como bem sabemos as estátuas são irretocáveis. Mas, convenhamos, a Lula não falta a curiosidade espontânea dos intelectuais e a modéstia para aprender com especialistas os temas que ele não domina, claro que tudo isso convergindo para o edifício da sua imagem pessoal; afinal ninguém tem mais vocação para a arte política que ele. Se por um lado a arte política se fundamenta na teoria, é na ação que sua natureza se revela. E foi nessa mesma ação que o Lulismo se enraizou no pais, um mérito particular, pois essa habilidade não se adquire nos livros, pois requerer vivência e intuição. 


O erro do partido foi não ter criado condições para interromper esse culto a personalidade, criando mais praticas democráticas dentro do partido, quanto ao erro de uma fatia expressiva da população do país foi ter aceitado ser colocada em segundo plano, quando deveria ter priorizado acima do culto a pessoa mais participação na vida interna do Brasil. O fundamental aos partidos de esquerda - imediatamente após as crises dentro do partido do governo e dos equívocos na condução da nação - era ter desenvolvido uma nova linha política e não tentar defender o indefensável ou gastar esforços para combater o crescimento dos partidos de vieses mais conservadores.


Caso Lula seja eleito para presidente da republica vai ratificar a máxima: nem sempre o vencedor é quem ganha. Porque convém afirmar que a vitória nas urnas não representa a vitória da esquerda ou da classe trabalhadora, porque quem sairá vencedor é o Lulismo, o culto à personalidade, a cristalização de um mito, o que simboliza o enforcamento da democracia. O governo Lula será de composição ainda mais heterogênea que os governos anteriores, certamente, terá que se descaracterizar ideologicamente de forma ainda mais intensa e fortalecer o apego à aliança com os setores dominantes do país [do ponto de vista do poder] e, por fim, subordinar os interesses táticos dos partidos de esquerda e da população nacional a essa aliança.


Os quatros anos de governo serão de puro engessamento das reformas estruturais e essenciais ao desenvolvimento e posicionamento global do Brasil, será um governo de conveniência e leniência, com permanência ou agravamento de situações já vividas, além de ser o fato gerador do apodrecimento dos quadros dos partidos aliados, pois o Lulismo é semelhante à sombra de uma mangueira, não sei se todos sabem, mas embaixo dessa árvore não nasce nada, pois ela bloqueia a luz solar impedindo as plantas menores de realizarem a fotossíntese, essencial a vida. 


Uma saída viável, não falo apenas para os partidos de esquerda, mas para aqueles que desejam destruir a estátua, para aqueles que desejam descontruir o fenômeno do Lulismo, será conseguir diversificar por dentro os partidos, reunindo o maior número de grupos e correntes distintas que tenham relação direta com as camadas populares e setores produtivos e que sejam capazes de estabelecer diálogos com os diferentes, catalisando as múltiplas pautas de um Brasil plural e de pautas tão extensas. Por conseguinte, o partido que conseguir lograr êxito em conciliar interesses distintos e gerar resultados comuns, certamente, terá grandes chances de desenhar uma nova tela com cenário e personagens novos. 





José Ailton Santos - Licenciado em História pela Universidade Federal de Sergipe [UFS], Pós-graduado pela faculdade Pio X em História do Brasil, bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Tiradentes [UNIT], ex-professor efetivo da rede estadual de ensino do estado de Sergipe, funcionário efetivo do Banco do Estado de Sergipe com certificação pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais [ANBIMA], blogueiro, poeta de ocasião e portador da SPNDLR [Síndrome Patológica de Necessidade Diária de Leitura e Reflexão].