As melhores conversas,
os melhores toques [sutis e sensíveis],
os melhores beijos,
as mais doces frutas,
as mais perfumadas flores;
são as colhidas em seu jardim.
Saiba,
nunca anelei tanto alguém,
de tantas formas e maneiras,
como a ti.
Descruze os braços
e me aperte entre o peito.
Deixe-me ser:
o beija-flor no bailado,
o pássaro que canta na antemanhã,
o aroma exalado das pétalas
[cravo e jasmin].
Descruze os braços
e não se esconda de mim,
a parte que protege em ti
[censora impiedosa de si]
é tão linda rosa,
quanto as que brotam em seu jardim.
Então,
pare de se proteger,
permita-se cair neste abismo
e confie que estarei de braços abertos
para te acolher.
Deixe-me ser o cultivador desse raro jardim.
E se em murmúrio
alegas que te faço suar,
mesmo longínquo de ti,
é porque sou metal em fundição,
enquanto você
é a temperatura que me põe em ebulição.
Bem diz o repente do cantador:
Quanto mais florido é o jardim,
mais íntimo é o jardineiro das flores;
ele as conhece em suas particularidades
e elas o conhece:
pelos passos calmos,
pelo silêncio que acalma,
pelo som que sai dos lábios [assovio].
José Ailton Santos - Licenciado em História pela Universidade Federal de Sergipe [UFS], Pós-graduado pela faculdade Pio X em História do Brasil, graduando do curso de Administração de Empresas pela Universidade Tiradentes [UNIT], ex-professor efetivo da rede estadual de ensino do estado de Sergipe, funcionário efetivo do Banco do Estado de Sergipe com certificação pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais [ANBIMA], blogueiro, poeta de ocasião e portador da SPNDLR [Síndrome Patológica de Necessidade Diária de Leitura e Reflexão]
