quarta-feira, 7 de outubro de 2020

INTIMIDADES





 As melhores conversas,

os melhores toques [sutis e sensíveis],

os melhores beijos,

as mais doces frutas,

as mais perfumadas flores;

são as colhidas em seu jardim.


Saiba,

nunca anelei tanto alguém,

de tantas formas e maneiras,

como a ti.


Descruze os braços

e me aperte entre o peito.

Deixe-me ser:

o beija-flor no bailado,

o pássaro que canta na antemanhã,

o aroma exalado das pétalas 

[cravo e jasmin].


Descruze os braços

e não se esconda de mim,

a parte que protege em ti

[censora impiedosa de si]

é tão linda rosa, 

quanto as que brotam em seu jardim.


Então,

pare de se proteger,

permita-se cair neste abismo

e confie que estarei de braços abertos 

para te acolher.

Deixe-me ser o cultivador desse raro jardim.


E se em murmúrio

alegas que te faço suar,

mesmo longínquo de ti,

é porque sou metal em fundição,

enquanto você

é a temperatura que me põe em ebulição.


Bem diz o repente do cantador:

Quanto mais florido é o jardim,

mais íntimo é o jardineiro das flores;

ele as conhece em suas particularidades 

e elas o conhece:

pelos passos calmos,

pelo silêncio que acalma,

pelo som que sai dos lábios [assovio].




José Ailton Santos - Licenciado em História pela Universidade Federal de Sergipe [UFS], Pós-graduado pela faculdade Pio X em História do Brasil, graduando do curso de Administração de Empresas pela Universidade Tiradentes [UNIT], ex-professor efetivo da rede estadual de ensino do estado de Sergipe, funcionário efetivo do Banco do Estado de Sergipe com certificação pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais [ANBIMA], blogueiro, poeta de ocasião e portador da SPNDLR [Síndrome Patológica de Necessidade Diária de Leitura e Reflexão]