No mundo há pobreza de toda ordem:
há pobreza de recursos [naturais]
há pobreza espiritual
há pobreza cultural
há pobreza ideológica
...
há pobreza financeiro-material.
Decididamente, não gosto dessa última.
As razões?
não porque cheira mau
não porque são maltrapilhos
não porque nos olham estranhos.
Mas, porque nos mostra
como somos em essência,
como seríamos sem:
máscaras
cremes
perfumes
...
sem vestimentas.
A pobreza nos revela,
somos todos carniças
em estágio avançado de putrefação
Decididamente,
esse tipo de pobreza
é um presente sem embrulho:
não há encanto
não há surpresa
não alimenta sonhos.
A pobreza nos apresenta a nós mesmos
é uma imagem no espelho.
Decididamente,
queria ser burguês!
[José Ailton Santos]

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