quinta-feira, 30 de maio de 2013
domingo, 26 de maio de 2013
PROMESSAS
DEUS!
Se me deres o que te
peço
Prometo!
Vou fazer diferente
não vou rezar trezentos
Padre Nosso
não vou à Roma de
joelhos
não vou acender velas
não vou
sequer
sofrer
um tiquinho
"Martírios Humanos"
Sim, Prometo!
Vou comer todas as
tardes
uma fruta do seu Jardim
de delícias
E, à noite, antes de
dormir
vou ler pra Ti
ainda que seja uns
minutinhos
o Marques de Sade
não se trata de Sadismo, Transgressão...
Desejo,
definitivamente
tirar a maquilagem
e desnudar
à tradição espiritual
ocidental
Na natureza não há nudez
e só a moral veste o homem
[José Ailton Santos]
quinta-feira, 16 de maio de 2013
O ÚLTIMO DISCURSO DO REI
Não sou urso, isso é fato. Mas, igual os ursos no inverno, as chuvas
últimas me fizeram hibernar. Todavia, estou de volta e faminto. Pois bem,
justificado o silêncio dos textos no blog, abandonemos essa história de urso e
vamos ao “malabarismo” [não digo, ciência, pois é coisa para especialistas]
político. Diz a máxima maquiavélica: é
melhor ser temido que amado. A outra é a seguinte: um Rei não pode jamais
demonstrar fraqueza aos seus súditos, inimaginável então, para seus opositores
e/ou inimigos. Mirando nestas máximas, trago ao tablado o personagem de hoje,
que desde tenra idade, quando líder estudantil e jovem político habilidoso, foi
um exímio seguidor destas máximas.
Todavia, existem momentos em que a prudência
dá lugar à vacilação. E foi isso que aconteceu numa manhã de chumbo, onde as
chuvas não caíram e o Sol preguiçoso teimava em não brilhar. Refiro-me ao dia 13
de maio de 2013 [sugestivamente um 13 de maio] em que o auditório da CODISE
ficou lotado de políticos, autoridades, líderes de toda ordem para verem e
ouvirem aquele que seria o último discurso do Rei. O governador em exercício, Marcelo
Déda, que depois de tanta persistência em um jogo de xadrez viciado [conforme apontado em texto anterior] conseguiu
a aprovação do PROINVESTE,
mas não como desejado, pois dos R$ 727 milhões intentados inicialmente, apenas
567 milhões foram aprovados. Percebam que R$ 60 milhões ficou de fora, ou seja, os planos de alguém para 2014 ficou prejudicado. Como fazer campanha com R$ 60 milhões a menos. Sucessão do governo e vaga do senado na corda bamba.
O Rei já não conseguia mais esconder suas fragilidades. Caiu por terra as teorias contidas no livro "A fabricação do Rei: A construção da imagem pública de Luiz XIV" do historiador inglês Peter Burke. Déda abandonou a máxima "o Estado sou eu" por "O Estado por enquanto é meu". As lágrimas incontidas e reincidentemente derramadas não foram pela
satisfação do projeto aprovado, mas por saber que talvez esta tenha sido sua
última jogada. Isso, meu amigos, não é profecia, tão pouco agouro [dada à
situação de saúde em que se encontra] é uma realidade, que se constata na frase
do mesmo:
“Quando vocês forem
colher os sorrisos [do povo*] lembrem de mim [na inauguração das obras*]”
E os expectadores na plateia, que se mostravam emocionados, na verdade miravam os
botes desta caravela que hora dar sinais de naufrágio. É a vida meus amigos! Quem nunca esteve em velório onde os amigos velam o cadáver, enquanto os
familiares discutem a repartição da herança? E aqueles parentes que, igual
filho pródigo, perderam tudo na vida, aproveitam a ocasião e choram
copiosamente, não pela despedida do ente morto, mas pela satisfação e bem estar
que a morte do defunto trouxe para sua vida. Situação semelhante se viu na referida ocasião.
O governador não lamentava o fato de não estar presente às inaugurações futuras, lamentava sim não gozar do maior dos troféus, qual seja, o reconhecimento futuro pelos
seus pares, a glória eterna, o status de estadista, ou quem sabe, o de político magistral. A
natureza e o tempo é cruel, pois ambos se encarregam de girar a roda da vida. O
leão idoso que outrora chefiava o bando e escolhia as fêmeas, isso quando não
dispunha do todas, sente a força do novo líder e aceita a expulsão do grupo ou a
vida de submissão.
Diante desse quadro, agora entendo porque os guerreiros gregos buscavam a morte nas batalhas,
pois todos temiam a velhice, a morte sem glória, sem louvor. Morrer na plenitude
da vida era manter-se vivo nas memórias e no tempo, como ocorreu com: Heitor,
Odisseu, Ajax, Diomedes, Idomeneu e o maior de todos, o grande Aquiles. Marcelo
Déda repetindo o gesto de Heitor, que mesmo sabendo da superioridade e destreza
de Aquiles, aceita o desafio e vai ao encontro da morte, a saber, o embate com
o exímio guerreiro chamado Edvan Amorim, maestro de 11 partidos e controlador
de importantes forças políticas na esfera estadual e nacional.
O guerreiro Déda não lamentava o fato da saúde abalada [claro que estando
saudável o embate duraria mais], nem a juventude do passado, lamentava não ter
acompanhado com a devida atenção a movimentação que o levou a receber o xeque-mate. O choro do
guerreiro, ou melhor, do Rei que sente a iminência da usurpação do seu trono; leva sua corte ao pânico, pois a derrota levará as princesas e seus súditos a
condição de escravos e prostitutas da corte vencedora. Por conseguinte, alguns pressentindo os
males do futuro próximo atentam contra a própria vida e cometem suicídio, enquanto outros, sem perder o espírito de nobreza, vão ao novo Rei de joelhos implorar um
assento na corte.
O Rei, que por sua vez é guerreiro, sentindo
o chão se aproximar devido ao golpe ter sido fatal, recupera o fôlego, pede perdão aos
seus e roga ao novo Rei que seu nome não seja apagado pela poeira do tempo. Eis o maior dos
medos, o esquecimento. Déda agradeceu o apoio e a confiança dos seus aliados presentes ao evento, como: Silvio Santos
(secretário da Casa Civil), Márcio Macedo e Rogério Carvalho (deputados
federais) e ao deputado estadual Gustinho Ribeiro (líder na Assembleia
Legislativa), todos seguidos de perto por aqueles, que seguramente, assumirão
os destinos do reino, entre eles: o senador Eduardo Amorim (Aquiles/Novo Rei), Laércio
Oliveira (deputado federal), Angélica Guimarães e Venâncio Fonseca (deputados
estaduais) e João Alves (o prefeito de Aracaju).
Sim, mais você já
deve estar cansado dessa narrativa épica e deve estar resmungando. Quais os benefícios dessa batalha enfadonha. Resposta vem agora, essa batalha é simbólica, trata-se
na verdade da sucessão no trono. Sai Déda entra Amorim. Alguém duvida? Pois bem, aguardem
e se preparem para pagar uma consulta comigo, pois vou me tornar profeta depois
dessa. [Risos] Perdoem meu devaneio, a fome tem prejudicado meu raciocínio,
creio que o delírio é fruto dos dias em que estive na caverna hibernando. O
maior beneficiado da aprovação do PROINVESTE é o povo e o estado de Sergipe.
Afinal de contas, saem ganhando R$ 567 milhões que serão investidos na saúde, educação,
transporte, segurança... tudo na área pública. Acredita? Eu acredito, pois sou
daqueles que acreditam em tudo, em Papai Noel, em Extraterrestres... até nas
lágrimas do Rei.
* Grifos meus.
* Grifos meus.
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