quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

BOM SENSO!

A fome, a miséria
o analfabetismo
a exploração
a violência [várias faces].

Tudo fatalidade!?

Prostituição:
de corpos [pueris]
de sonhos
de idéias
d’álma.

Tudo determinismo!?

O desvio:
de moral
de recursos
de caráter
de Ética.

A concentração:
de renda
de terra
de gordura
de Amor.

A desigualdade:
de força
de altura
de Saber.

A negação:
do pão
do lar
da escola
da pessoa
da Verdade [não-dita, silenciada].

Não há:
o que fazer
nem
como evitar. [?]

        esperança
onesto [DES] igual
         politizar

Enquanto o Sol egoísta
nascer, só, para alguns
a elite dominante
e
as classes favorecidas
recomendam:
             orar
         aceitar
        esperar
   [sem] lutar
      entregar.

A realidade vai mudar,
Ah! Vai!
não quando Deus se apiedar,
mas,
quando,
a rebeldia legítima,
não tiver Bom Senso.



José Ailton (aprendiz de sonhador).

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

25 DE OUTUBRO DE 1975.




Vou logo advertindo, o título não faz menção a data de nenhuma promulgação de lei. Antes fosse, pois essa sem dúvida vingaria pela importância da data. Trata-se do dia em que uma sessão de tortura, num prédio de uso do Destacamento de Operações Internas do Comando Operacional de Informações do II Exército [para ser mais exato, na Rua: Tomás Carvalhal, 1030, no bairro do Paraíso, em São Paulo], levou um jornalista da TV Cultura a óbito. O jornalista em questão era Wladimir Herzog, conhecido pela alcunha de Vlado. Esse era ligado ao Partido Comunista [qualquer semelhança com a atualidade é mero acaso], mas, apesar de apoiar o movimento de resistência a ditadura militar, nunca fora apaixonado pela política. Suas paixões eram: teatro, cinema, ópera e o universo das letras.

O caso relatado acima meus caros, apesar do tempo, não é coisa do passado. Pois, amiúde, inúmeros jornalista no Brasil e no mundo ainda sofrem repressão [refiro-me ao ato ou efeito de reprimir] por conta dos seus escritos. Felizmente não sou jornalista, ficcionista, nem gozo da habilidade na escrita, característica marcante dessa categoria de profissionais. Por conseguinte, vou logo avisando para me deixarem em paz. 

Trago-lhes outra data, 29 de maio de 2012, para ser mais exato, às 09hs:57min, fora publicado num site de um estado da federação um texto de um jornalista sergipano, que por hora evito anunciar o nome [não é por falta de coragem, prudência ou qualquer coisa do tipo, é por frouxidão mesmo. Afinal, quem tem Cobre tem medo.] Todavia, antecipo o título "Eu, o coronel em mim". O texto trás um monólogo, que julgo bem humorado, e retrata o olhar de um homem acostumado com o poder. O personagem ficcional, como se estivesse em um divã, aproveita o relaxamento do corpo e espírito para abrir a caixa de Pandora dos seus sentimentos e segredos mais íntimos. Enfim, o personagem inominado pareceu aos olhos de um leitor especial, feito imagem refletida em espelho, onde olhamos e de pronto nos enxergamos. Mas, para tristeza desse leitor especial, a imagem refletida apresentou aspectos íntimos, que o mesmo teima em manter não revelados.

Diante desse caso me veio a mente o conto de Machado - o espelho - onde o autor afirma que, toda criatura humana traz consigo duas almas, uma delas olha de dentro para fora e a outra olha de fora para dentro. Creio que essa observação do autor é metafisica demais para mim, então, deixo-a de lado e volto para analisar o comportamento psicológico do personagem ficcional do mencionado texto. Será que o espelho dele mostrou-lhe alguém mais belo? E que essa beleza apresentada, despertou sua ira. Então, igual a madrasta da Branca de Neve, furiosa e diligentemente abandonou seus afazeres habituais para conseguir uma maçã, a qual deverá ser entregue ao dono da beleza revelada pelo fiel espelho mágico. Como não sou uma autoridade no assunto, a saber, analisar comportamentos de personagens ficcionais, melhor seria convidar Jung para desvendar estes mistérios. 

Ainda sobre a teoria das duas almas, contidas no conto de Machado, a alma externa quase sempre controla a interna. E, quando isso ocorre, o encantamento produzido pela alma vencedora conduz os homens a beira da fonte onde, todas as tardes, Narciso ia à procura de sua alma gêmea. Comparativamente, as autoridades que levaram Vlado para torturá-lo e, em seguida, após sua morte, o apresentaram como um suicida, assemelha-se a alma absorvente - a pátria - que fez Camões jurar que morreria por ela, bem como, a alma exterior - o poder - que conduzira César e Cromwell aos seus destinos.

O enigma que atravessa toda extensão deste texto, serve meus amigos, como recurso camaleônico para que eu não seja o próximo a provar da maçã, que forçosamente, o personagem do conto ficcional do jornalista sergipano deseja que seu criador coma, ainda que, a contragosto. A razão? Ter, coincidentemente, descrito uma imagem interior semelhante, quiçá, idêntica a do personagem ferido.






sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O VIZINHO, A SOBRINHA E SÃO THOMÉ.



Olá, amigos!

Sentiram minha ausência? Correção, ausência, não de mim, dos meus textos? Penso que não, deve haver coisas mais interessantes para se fazer, ao invés, de ler sobre coisas que não se comunicam com o cotidiano das pessoas. Afinal de contas, não escrevo sobre novelas [não que tenha algo contra], não escrevo sobre moda, sexo, curiosidades sobre personalidades globais ou sobre... 

Analisando melhor, penso que meu vizinho está correto. Desculpe, não apresentei meu vizinho a vocês não é mesmo? Ele trabalha desde pequeno, pois perdeu o pai ainda jovem e tinha que ajudar nas despesas da casa. Logo, teve que abandonar os estudos ainda no colegial e dessa época até o presente, trabalha em supermercados. Ele já fez de um tudo. Bem, agora, que já o conhecem melhor, vamos aos fatos. Ontem, recebi sua visita [coisa rara, pois dorme cedo para acordar mais cedo ainda, e, como só folga aos domingos, durante a semana é raro vê-lo] e entre tantos assuntos, por último, falamos sobre a consciência das pessoas, quando o assunto é política. Neste instante, igual criança quando aprende uma palavra nova, adiantei-me para falar sobre o blog que mantenho e dos textos que costumo postar. Ele, então, me falou, que de nada adiantava falar do blog para ele, pois não tem tempo nem interesse para essas coisas. E, me disse mais, sabe a quanto tempo não leio sequer um jornal? Antes, que eu respondesse algo, ele atalhou e disse: - você já parou para pensar sobre o tempo que o cidadão comum gasta só para se deslocar de casa para o trabalho e do trabalho para casa? Some a esse tempo, o tempo que se gasta no trabalho. Com que tempo [e dinheiro] lê jornais, quiçá, blogs?

Enquanto ele continuava falando, pensamentos me vieram a mente. Pensei no valor do salário mínimo, nas despesas fixas para manter um lar, no cotidiano vivido por 99% da população brasileira. Uma rotina que mais lembra uma ccorrida em círculo, onde, por mais que se corra não sairemos do lugar. Como mudar essa realidade com textos de um blog? A indagação se torna mais aguda, quando se leva em conta o número de leitores [que não é lá grande coisa] deste mesmo blog, que mal sabem o significado da palavra que intitula o mesmo. 

Despertei dos meus pensamentos, quando meu viznho levantou para se despedir, pois segundo ele, tinha que acordar cedo para trabahar. Afinal, casuisticamente, era desse trabalho, que por mais que seja enfadonho, fadigante, frustante e os adjetivos seguem. Era desse trabalho, que conseguia a renda para alimentar a família, para a escola particular dos filhos, a prestação do apartamento e do carro, e, do almoço do final de semana [ainda que seja uma vez a cada mês].

Fatalisticamente, fiquei o restante da noite a pensar na dura realidade em que vivemos e na pobre ilusão que alimento com este blog, estes textos e estes pensamentos. No entanto, como a insônia resolveu ser minha companheira, fui ver meu e-mail e me deparei com um texto reflexivo, enviado a mim por minha sobrinha Kaliny (14), que dizia o seguinte:


"Tio, lá vai...

Nos dias atuais, é indignante perceber a influência que certas"bobagens" podem ter para uma pessoa que se diz estar no seu juízo perfeito, programas de rádio, TV, entre vários outros meios. É curioso notar, que garotas de 16 a 25 anos deixam estudos, amigos e família de lado para aventurar-se numa tentativa horrenda de ser Top Model. Deixam sua própria vida em segunda opção, se transformam em flagelos humanos para conseguir entrar no padrão almejado, inclusive, abrem mão de viver como querem para viver como é pedido. E, é mais curioso ainda, a atenção que é dada para esse tipo de coisa, consideram um fato comum ou até uma boa profissão, sem levar em conta o quase atentado a vida dessas pessoas.

A sociedade está se tornando cada vez mais estúpida e pequena. Será que não podemos fazer nada para mudar essa situação? Nada além do falar? Refiro-me as atitudes, pequenas ações que podem fazer grande diferença. Por que não falar a uma criança que tem câncer, que ela é uma princesa? Que ela é bonita, mesmo não tendo cabelos lisos ou nenhum, mesmo não tendo o peso e altura "necessário" e não fazer ela se sentir diferente?

Mas, voltando ao assunto da menina das passarelas, sei que ela não está sendo obrigada a nada disso, que pode estar ganhando algo em troca, mas será que compensa? A sociedade tem sua influência e a sua culpa, as pessoas deveriam ser aceitas do jeito que são, até mesmo fora das passarelas, porque não deveríamos julgar os outros pelo que parecem ser. Deveríamos, na verdade, acabar com essa rotulação insignificante de seres e dá mais espaço a coisas realmente importantes. Deixar de viver um mundo tão artificial. Fazer com que as crianças cresçam felizes e satisfeitas, mesmo não tendo padrões iguais a maioria."


Por fim, diante dessas palavras, cheguei a uma conclusão, não conclusa, porém aceita por mim, ao menos por hora. Não escreverei mais sobre PROINVESTE, sobre a  luta pelo poder entre aqueles que sempre o mantiveram. Todavia, continuarei fazendo poesia. E para não perder o hábito aí vai.


THOMÉ, TÚ ES EU!

Se o Paraíso for 
religiosamente
nos céus.
- Bendito sois os pássaros!

Se o inferno for
supersticiosamente
abaixo da superfície da terra.
- Benditos sois, tudo que germina!

E, se, céu e inferno, existem
concreta
religiosa
e supersticiosamente
fora da Terra.
- Maldito sois o homem!

E vois, que não sois
nem pássaro
nem árvore
nem nuvem
nem terra
nem nada.
Melhor que sejas semente.

Pois, é ali onde está contido a vida.
Daí,
não importa o ato
mas, como este é
sentimentalmente
vivido.

- Atentai!

A busca liberta,
quando se sabe
enxergar no escuro.

A verdadeira luz
não clareia nada
escurece tudo.

A claridade
não se estabelece
conceitualmente
entre o claro-escuro
e não alumia mais que um candeeiro
não desfaz a escuridão
de uma noite no campo
sem vaga-lumes
sem estrelas
sem amigos
sem namorada
sem sono.

A luz
metaforicamente
é semelhante ao pescador sensato
que ao recolher a rede
escolhe o peixe grande
e liberta os menores.

- Atentai!
O peixe grande
encontra-se na penumbra
interior de cada um.

Logo,
não ores,
não jejuem
não deem esmolas.
Mas, quando lhe derem
um pão dormido pra comer.
Coma tudo
e não diga nada.

- O pão é vida
a palavra é morte!

Todo esforço
é desnecessário
e inútil
quando se intenta
a paz na terra.

Se queres ser:
um preto velho,
um apóstolo,
uma criança,
um selvagem.

Deves antes:
destruir o templo,
empunhar espada
e fazer guerra.

- Homem!
Não mutile seu corpo
circuncidando-o.
A dor e a alegria
não pertencem a alma.


“É preciso apagar a luz para crer”.




[José Ailton Santos]



terça-feira, 8 de janeiro de 2013

DELÍRIO MANIFESTO



Podem até promoverem injustiças,
mas, jamais, conseguirão deter o caminhar da humanidade.
Podem até me fazerem ameaças,
mas, jamais, acabar com meu sonho de liberdade.


Podem, até, apagar as marcas deixadas pelo meu caminhar,
mas, minhas ideias seguirão andando calma.
Podem, também, acorrentar meu corpo e deixá-lo definhar,
mas, jamais, conseguirão deter minh'alma.


Podem, inclusive, calar a minha voz,
mas, não conseguirão me impedir de PENSAR.
Não preciso viver o que digo, mas [dizer já basta] cantar.


Se minha vida não é a que gostaria,
que me importa!
Quero vivê-la assim mesmo, ainda que, atrás da porta.


[José Ailton Santos]

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

ENTREVISTA COM O IDEALIZADOR DO FÓRUM PENSAR CEDRO [FPC]




Saudações a todos os leitores deste blog, em especial, aos seguidores do mesmo. Após o recesso do final de ano o PANÓPTICO inicia 2013 com uma entrevista instigante, que visa insuflar todos a participarem com o que há de melhor em si nos debates que travaremos sobre temas locais [município de Cedro de São João], regionais e nacionais. O personagem de hoje é o prestigiado e premiado Superintendente de Recursos Hídricos de Sergipe, homem do segundo escalão do governo do Estado, natural de Cedro de São João e que tem a honra de principiar as entrevistas que se seguirão, fato este, que certamente o tornará inolvidável. Da mesma forma, esse também dispensa apresentação, pois ele mesmo o faz e de forma cintilante. Inclusive, antes de qualquer menção, agradeço a Ailton Francisco da Rocha pela atenção. Ainda mais, sabendo ser um homem bastante ocupado, este agradecimento torna-se ainda maior. Sem mais delongas, segue abaixo a entrevista em sua inteireza e espero que esta consiga conflagrar as mentes dos leitores dO PANÓPTICO.

PANÓPTICO - Qual seu nome completo, data e local onde nasceu?
AILTON FRANCISCO DA ROCHA [AFR] - Ailton Francisco da Rocha, nasci em Cedro de São João/SE, em 15 de maio de 1960.
PANÓPTICO - Faça uma breve apresentação da sua formação educacional e sua ocupação profissional.
AFR - Engenheiro Agrônomo, formado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco e Bacharel em Direito pela Universidade Tiradentes. Advogado inscrito na OAB/SE. Especializei-me em Irrigação e Recursos Hídricos pela Utah State University, nos Estados Unidos e representei o Brasil como Jovem Liderança da América Latina em Meio Ambiente, em Tóquio, no Japão. Fui presidente do comitê técnico e coordenador geral do Estudo de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos do Estado Sergipe, através do acordo de cooperação técnica com a Agência de Cooperação Internacional do Japão – JICA e Representante Regional da Associação Brasileira de Recursos Hídricos – ABRH em Sergipe. Fui criador e Presidente do Fórum Pensar Cedro desde 2005. Membro do Comitê de Assessoramento Externo da EMBRAPA/CPATC. Participei como consultor, junto à Prefeitura Municipal de Aracaju, na elaboração da Agenda 21 na área de meio ambiente e da revisão do Plano Diretor de Aracaju. Atuei como consultor na elaboração do Programa de Ações Estratégicas para o Gerenciamento da Bacia do rio São Francisco e da sua Zona Costeira, e, no Plano Decenal de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (2004-2013). Doutorando do Curso “Gestão Empresarial: Nuevas Tendências en Dirección de Empresas”, pela Universidad de Valladolid na Espanha. Publiquei um livro de crônicas intitulado “Doces Lembranças”. Atualmente, ocupo o cargo de Superintendente de Recursos Hídricos na SEMARH e nesta condição fomos ganhadores de dois Prêmios ANA 2012, conhecido como o Oscar das Águas, um na categoria Governo com o “Atlas Digital sobre Recursos Hídricos de Sergipe” e o outro na categoria Organismo de Bacia com o projeto “Água para Consumo Humano” desenvolvido pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Japaratuba. Fui Coordenador do Projeto Águas de Sergipe e do Projeto Gestão Integrada de Águas Urbanas. Recebi do Jornal CINFORM e da UNIT, na publicação sobre os municípios sergipanos, a homenagem de filho ilustre de Cedro de São João.
PANÓPTICO - Relate brevemente como foi sua infância e a relação com seus pais?
AFR - Tive uma infância pobre. Morei em casa de taipa, e, dormi em rede, até a minha fase juvenil. Brinquei e estudei como toda criança feliz. Recebi dos meus pais e dos meus avós paternos, já que não cheguei a conhecer os meus avós maternos, carinho e orientação para os estudos. Minha mãe uma santa em pessoa e o meu pai um intelectual autodidata. Agradeço a Deus, pelo amor e a fé que sempre me depositaram, e, que muito me auxiliou em minhas decisões. Deles, orgulhosamente, herdei a minha formação. Aliás, como bem diz a minha querida esposa Verônica: “Família, Educação e Religião são os pilares de uma sociedade harmônica”.
PANÓPTICO - Agora, que conhecemos um pouco mais sobre sua pessoa, quando e como surgiu a ideia de criar o Fórum Pensar Cedro [FPC].
AFR - Trago comigo desde a infância um fascínio pela inovação. Creio que, alicerçado pela excelente formação que recebi na minha fase infanto-juvenil, na escola primária no então Grupo Municipal “31 de Março”. Depois, me encantei com os pensamentos de Dom Hélder Câmara e Gilberto Freire, quando estudante universitário em Recife/PE. Viajei a estudo por diversas cidades brasileiras e também no exterior. Conheci várias experiências exitosas com o envolvimento da Sociedade Civil organizada, entre elas a Sociedade SEMEAR. Depois, me deparei com a obra de Milton Santos, geógrafo baiano, que disse que: falta uma visão comunitária às pessoas, e, que uma sociedade não vive harmonicamente tendo como base o interesse individual. Para ele, "a situação poderá mudar, quando o povo deixar de ser expectador e passar a ser considerado o ator principal". A partir destes e outros paradigmas, achei que estava na hora de discutir com a comunidade cedrense a criação de uma organização civil, que tivesse como objetivo congregar pessoas físicas e jurídicas, interessadas na promoção do desenvolvimento sustentável e sócio cultural do município de Cedro de Sã o João/ SE, bem como de ser um instrumento aberto, plural e eficaz de discussão e formulação de propostas de políticas municipais. Assim, após três reuniões de mobilização e sensibilização, realizadas na Câmara Municipal de Vereadores com uma grande e representativa participação da sociedade, foi criado no dia 08 de outubro de 2005 o Fórum Pensar Cedro, e, eu honrosamente eleito o seu Presidente.
PANÓPTICO - Como está dividido o FPC e que papel ocupa dentro do mesmo?
AFR - Diretoria (Presidente, Vice – Presidente, Secretário e Tesoureiro), Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal. Atualmente ocupo a função de Presidente de Honra.
PANÓPTICO - Quem é o público alvo do Fórum?
AFR - Todas as pessoas físicas e jurídicas interessadas na promoção do desenvolvimento sustentável e sócio-cultural do município de Cedro de São João/SE.
PANÓPTICO - Quem participa dos debates??
AFR - Diversos segmentos da sociedade civil organizada, como também particulares, principalmente, educadores.
PANÓPTICO - Na sua avaliação o FPC é uma organização/entidade de caráter popular ou “elitista”?
AFR - Na minha avaliação é uma organização da sociedade que tem como princípio combater a ignorância e erguer templos à virtude.
PANÓPTICO - O FPC possui sede ou algum endereço que o abrigue?
AFR - A sede física por enquanto é um sonho. O nosso desejo é que no futuro o Fórum Pensar Cedro abrigue um Centro de Desenvolvimento Humano com sala de informática, sala de estudos/biblioteca, sala de reunião/cursos/cine-teatro, escola de belas artes e salão de festas. Atualmente o site www.infonet.com.br/pensarcedro hospeda as informações.
PANÓPTICO - Onde ocorrem as reuniões?
AFR - As reuniões públicas ocorrem sempre na Câmara Municipal de Vereadores e as de menor porte na residência de interessados e envolvidos com o Projeto.
PANÓPTICO - Como se estabelece as discussões no Fórum?
AFR - Através de um amplo debate democrático.
PANÓPTICO - Quais são os temas discutidos no FPC?
AFR - Desenvolvimento sustentável, cultura, esportes, educação, política, solidariedade, entre outros.
PANÓPTICO - Qual o propósito do FPC e o que ele representa para o município?
AFR - O Fórum Pensar cedro é uma associação civil, de fins não econômicos, de personalidade jurídica de direito privado, de duração indeterminada, que tem seu foro na cidade de Cedro de São João/ SE, podendo instalar escritórios, agências e representações em qualquer parte do território nacional ou no exterior.
A dedicação às atividades do FPC dar-se-á através da execução direta de projetos, programas, planos de ações e obras correlatas, por meio da disponibilização de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela prestação de serviços intermediários de apoio a outras organizações de fins não econômicos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.
No desenvolvimento de suas atividades, o Fórum Pensar Cedro observará os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência, e, não fará nenhuma discriminação de raça, cor, gênero ou religião.
PANÓPTICO - Quais as ações concretas desenvolvidas pelo Fórum?
AFR - Duas Limpezas da lagoa Salomé (em parceria com a SEMARH/SE e a CODEVASF/SE); três peixamentos da lagoa Salomé e dois da lagoa do Algodão (em parceria com a CODEVASF/SE); realização da 1ª Gincana Sócio-Ambiental com a participação das escolas públicas e privadas (em parceria com a SEMARH/SE e a SEED/SE); realização do I Encontro de Arte (em parceria com o SEBRAE/SE); regularização do abastecimento de água do bairro São Sebastião (em parceria com a DESO); encaminhamento a Câmara de Vereadores de pré-projeto para ajuda financeira aos estudantes universitários carentes; apoio a Pastoral da Criança com a doação de brinquedos, camisas, pratos e copos; doação de cestas de alimentos para cerca de 250 pessoas, através da associação dos pescadores (em parceria com a SEIDES/SE); arborização e urbanização da Praça Vereador Antônio Machado no bairro Oiteirinhos (em parceria com a Prefeitura Municipal); canalização de esforços para a execução do Projeto de Esgotamento Sanitário (em parceria com a CODEVASF/SE); canalização de esforços para a implantação do aterro sanitário em consórcio (em parceria com a SEMARH/SE); encaminhamento de proposta para recuperação hidroambiental do riacho Jacaré (em parceria coma SEMARH/SE e o CBHSF); encaminhamento de proposta para promoção de nove (09) cursos profissionalizantes (em parceria com o SERGIPETEC e o apoio do Colégio Estadual Manoel Dantas); incentivo a pesquisas voltadas para a sustentabilidade hidroambiental do riacho Jacaré e a educação municipal; realização de oito (08) campanhas de Natal Solidário com o desenvolvimento de atividades recreativas, esportivas, médico-odontológicas e culturais; proposta para revitalização e urbanização da Lagoa Salomé; encaminhamento à Câmara de Vereadores, Prefeito e Vice-Prefeito, Governador e Vice-Governador de 23 propostas para o desenvolvimento sustentável do município de Cedro de São João/SE, e, a construção do site: www.infonet.com.br/pensarcedro.
PANÓPTICO - Qual a relação do FPC com a política local?
AFR - O Fórum Pensar Cedro, como já foi dito anteriormente, discute políticas para o município. De acordo com o seu estatuto, não se envolverá em questões religiosas, político-partidárias, ou em quaisquer outras que não se coadunem com seus objetivos institucionais.
PANÓPTICO - Existe algum tipo de planejamento das ações que serão desenvolvidas ao longo do ano de 2013? E se existe quais seriam?
AFR - A nova Diretoria, presidida pelo competente e dinâmico Danilo Morais estará em breve discutindo o planejamento das ações para o ano de 2013. Uma ação que tem se consolidado a cada ano é a do Natal Solidário. A campanha de 2012 que teve como tema “Saúde e Qualidade Vida”, superou as nossas expectativas, gerando muita satisfação aos que participaram em seus diversos momentos.
PANÓPTICO - Como é mantido o Fórum? Há algum tipo de apoio financeiro partidário e/ou empresarial?
AFR - O Fórum Pensar Cedro é mantido pela colaboração de amigos e instituições que confiam nos propósitos do projeto. É uma colaboração voluntária. Não existe nenhum apoio financeiro partidário e/ou empresarial.
PANÓPTICO - É sabido que você manifestou interesse em disputar as eleições municipais na condição de candidato ao cargo de prefeito, porque o intento não foi adiante e qual a relação que esta decisão tem com o Fórum?
AFR - Na verdade, um grupo de amigos, talvez pelo meu envolvimento a frente do Fórum Pensar Cedro e pela carência de boas lideranças na política local, vem manifestando interesse a cada eleição de lançar a minha pré-candidatura. Mais uma vez não tive o devido apoio do partido ao qual estou filiado. Mas não guardo mágoa e nem ressentimento por isto. Avaliei o cenário existente e achei que não deveria sacrificar a minha família e os meus amigos. Paciência é a companheira da sabedoria. De qualquer maneira, sou muito grato, por tudo o que a minha gente tem me proporcionado. Quanto ao futuro, coloco nas mãos e na vontade de Deus.
PANÓPTICO - Que pergunta não foi feita e gostaria que tivesse feito?
AFR - O Fórum Pensar Cedro pertence ao povo de Cedro. Sonho com uma participação massiva de todos, notadamente dos jovens, na construção de uma sociedade mais justa, solidária e participativa. Tenho dito que, o maior patrimônio do nosso Município, é o seu potencial humano. As águas calmas e tranquilas da Lagoa Salomé produz o vapor que oxigena as mentes e os corações do povo da minha doce terra, transformando-a em um ninho de águias.
PANÓPTICO - Que recado [o que entender relevante] mandaria aos leitores do blog?
AFR - Alguns dos pensamentos de Dom Hélder Câmara “É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca. A maneira de ajudar os outros é provar-lhes que eles são capazes de pensar. As pessoas são pesadas demais para serem levadas nos ombros. Levo-as no coração”.

O blog OLHAR PANÓPTICO finaliza a entrevista agradecendo ao entrevistado a cordialidade e disponibilidade em concedê-la a este espaço de debate e opinião virtual. E, registra a admiração pela diligência com que aceitou o convite para esta entrevista. Na oportunidade, desejo-lhe um 2013 repleto de boas novas, além, claro, de sucesso na condução do Fórum Pensar Cedro e nos seus futuros eventos. Boa leitura a todos e abre-se o espaço de comentários.