sexta-feira, 23 de julho de 2021

BUQUÊ DE TULIPAS* VERMELHAS




Sinto que precisas de silêncio,

então, saio mais cedo e me calço na saída,

se chego mais tarde, retiro os sapatos ao entrar.

Quando fazes alguma bobagem,

gosto de ti um pouco mais.


Noto que estás cansada

e não penso que me ama menos.


Percebo que estás de luto,

ouso ficar um pouco mais:

perto, quieto, olhar atento.


Vejo que falas coisas inadequadas,

contudo, não te exponho perante outros.


Compreendo que precisas tomar mais um drinque

não me impaciento e secundarizo minha agenda.


Enxergo o quanto te esforças.

Entendo que não tens super poderes.

Sei que também és vulnerável.

Intimamente, reconheço que és mulher,

[peculiar e única], aqui resides teu fascínio.


És meu amor,

sou teu pertence,

sou perpétuo amante.




* TULIPAS - é um gênero de plantas angiospermas da família das liláceas. Com cerca de cem folhagens surge uma haste ereta, com flor solitária formada por seis pétalas. Suas cores e formas são bem variadas. Existem muitas variedades cultivadas e milhares de híbridos em diversas cores, tons e matizados, pontas picotadas... TULIPAS VERMELHAS simbolizam o AMOR VERDADEIRO.


José Ailton Santos - Licenciado em História pela Universidade Federal de Sergipe [UFS], Pós-graduado pela faculdade Pio X em História do Brasil, bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Tiradentes [UNIT], ex-professor efetivo da rede estadual de ensino do estado de Sergipe, funcionário efetivo do Banco do Estado de Sergipe com certificação pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais [ANBIMA], blogueiro, poeta de ocasião e portador da SPNDLR [Síndrome Patológica de Necessidade Diária de Leitura e Reflexão].


quarta-feira, 21 de julho de 2021

ABRAÇOS E PUNHAIS



Palavras embalam
palavras são balas
palavras fazem acordos
palavras causam discórdias
palavras cultivam violetas
palavras nutrem espinhos
palavras constroem pontes e viadutos
palavras erguem muros e cercas
palavras unem famílias
mas causam divórcios e espólios ácidos
palavras seduzem e amaciam 
mas também arremessam pedras
palavras fazem falta
palavras fazem sentir falta
palavras fazem estar em falta
palavras abraçam 
palavras apunhalam 
O mundo é tecido com palavras
as palavras são repletas de mal-entendidos.



José Ailton Santos - Licenciado em História pela Universidade Federal de Sergipe [UFS], Pós-graduado pela faculdade Pio X em História do Brasil, bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Tiradentes [UNIT], ex-professor efetivo da rede estadual de ensino do estado de Sergipe, funcionário efetivo do Banco do Estado de Sergipe com certificação pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais [ANBIMA], blogueiro, poeta de ocasião e portador da SPNDLR [Síndrome Patológica de Necessidade Diária de Leitura e Reflexão]

quarta-feira, 7 de abril de 2021

ANJO CAÍDO


 


Rebelo-me! 

Rebelo-me com orgulho augusto!


Busco a liberdade,

busco o desvencilhar, 

que somente advém

com a quebra dos grilhões

a sujeição Alheia.


Rebelo-me contra a servidão

[racional e espontânea]

Rebelo-me contra a dupla sujeição:

dos desejos internos distorcidos

e da dura realidade fabril do Cosmo.


Rebelo-me contra o Amor

[sinônimo de obediência].

Rebelo-me contra Justiça

[que exige tributo espontâneo].

Rebelo-me contra a Onisciência 

[que exige de mim sabendo o intento íntimo].


Rebelo-me contra a Tirania, 

vestida de linhos finos de democracia

e tecida sorrateiramente 

com supremacia de poder.


Por conseguinte, ainda que, os diálogos 

contidos na angelomaquia falem de vontades livres,

não pauso minha queda

colido contra o solo do Paraíso Perdido.

Ergo-me

e

Rebelo -me! 




José Ailton Santos - Licenciado em História pela Universidade Federal de Sergipe [UFS], Pós-graduado pela faculdade Pio X em História do Brasil, bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Tiradentes [UNIT], ex-professor efetivo da rede estadual de ensino do estado de Sergipe, funcionário efetivo do Banco do Estado de Sergipe com certificação pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais [ANBIMA], blogueiro, poeta de ocasião e portador da SPNDLR [Síndrome Patológica de Necessidade Diária de Leitura e Reflexão]