segunda-feira, 25 de novembro de 2013

LEVIANO SOU EU, QUE FALO DOS OUTROS...




Falar dos outros pode, é elemento característico municipal e nacional, porém o que não pode é meter a mão no bolso alheio nem tirar das criançinhas. Isso não é leviano é desumano. Aproveito a ocasião para revelar a você, que disperdiça seu tempo em ler o que escrevo, um segredo, queria mesmo era ser um bom entendedor dos princípios jurídicos. Mas, sei disso, é talento para poucos, e eu, como sabem, sou multidão. O Direito é uma ciência [posso tratá-lo assim?] que mais se assemelha ao cume de uma goiabeira em dia de tempestade; ora para um lado, ora para outro, ora frenético.

Vejamos, a administração pública não é impessoal? A forma republicana de governo não atende a afetividades e sim ao corpo social? Um gestor público não deve se mirar pela supremacia do interesse público? ...?
Fico sem entender nada. Talvez, seja pela apatia que minha vida tem ganhado ultimamente. Acordo, banho, café da manhã, lixo na porta [isso mesmo, na minha porta!], levar filha na escola, bancar o educador, o cara do exemplo, da ética... final do dia, jantar, assistir o noticiário da Globo [é o meu fim, acudam-me! Please! Help!], deitar no lado da cama onde o colchão faz barriga, acordar com dor nas costas e desenrolar o carretel novamente.

Desculpem-me, sou assim mesmo, escrevo do mesmo jeito que falo, ou seja, sem direção. Bem, mas o que me trouxe aqui foi o tal entendimento jurídico.

Na cidade de Cedro de São João o prefeito abriu os trabalhos legislativos no segundo semestre afirmando que a prefeitura encontra-se em déficit, issmo mesmo, no vermelho. E, na mesma ocasião, diz que irá alugar prédios para alocar as secretarias, pois o prédio da prefeitura precisa de reforma urgente, faltou apenas apresentar o laudo da defesa civil. Pasmem! Ainda na mesma noite, diz que mantém 70 cargos comissionados, 50 a menos que antigos gestores. Será que ele esperava parabéns? E recebeu uma pomposa salva de palmas, não minha, mas dos asseclas e sequazes que lotavam a câmara na ocasião.
 
Opa, já estou indo para outra direção novamente, quero falar é da tal supremacia do interesse público. Segundo esse preceito jurídico, a vontade do indivíduo é anulada pelo interesse coletivo. Eu pergunto, o que interessa essencialmente a coletividade de Cedro de São João, pagar o salário dos professores ou manter 70 nomes na folha de pagamento, ressalto, esses 70 nomes beneficiam os interesses coletivos? Os 70 comissionados beneficiam a vontade individual ou coletiva?

Pergunto mais uma vez, melhor suprir a falta de medicamentos nas unidades de saúde ou manter 70 comissionados? O princípio da supremacia do interesse público não seria melhor representado se a população fosse convidada a deliberar sobre o tema: 70 comissionados ou o problema imediato da comunidade?

Palavras, palavras, palavras... não movem sequer a toalha da mesa onde ora apoio meu personal computer, quiçá mover o cérebro petrificado das pessoas desta frígida cidade, quiçá extirpar do espírito vil das pessoas [minoria claro] que usam este fórum para seus arroubos morais, éticos... hipócritas clamuflados, vocês não enganam a mim, pois conheço seus passados e seus históricos!

Enquanto isso, no Paraíso Cedral, vamos sentando à porta para fingir que sabemos ler, alisar a barriga que se alegra por ter quatro anos de fartura, vamos parar nosso carro novo na porta e nos alegrar por saber que esse brinquedo de luxo, que admiramos mais que usamos, não custou nem uma gota do nosso suor e sim, é proveniente do que deveria ser usado com a tal da SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO.

Um selinho nos menos preconceituosos e nos guardiões da moral podre, uma cusparada.